Enquanto escrevo, minha imaginação trabalha e me leva a relembrar do ambiente onde fui criado.
Neste momento, visualizo famílias e amigos reunidos em volta de um fogão
à lenha num dia frio, Comida caseira; o fogo ardendo e estalando a lenha. Um gosto
especial. A comida de fogão à lenha é diferente, não só pelo gosto, mas
pelas lembranças e emoções que ela traz.
Lembro-me. Eu tinha 12 anos de
idade e via mamãe cozinhando em um fogão caipira. Mamãe nunca deixava fogo apagar
e, a cada manhã, ela fazia por untar na boca do fogão, um pau de lenha
a mais; e isto era o bastante para revigorar o fogo. Mesmo aqui na roça hoje, é uma raridade você encontrar esse aliado das famílias do campo; esse artefato que marcou épocas, cuja história e recordação nem mesmo o tempo pode apagar.
É como disse o letrista de música caipira; ó que saudade "matadeira!".
Aliás, coisas simples da vida que ficaram registradas na memória, e na
história, devido ao sabor único que esse tipo de fogão dava aos
alimentos.
É sabido que hoje o fogão caipira virou objeto de decoração rústica também.
algumas famílias ainda constroem esse fogão, com requintes de
modernidade e luxo para usar especialmente no inverno, exibindo uma
bela peça decorativa na casa.
A PESSOA QUE NÃO RECORDA NÃO VIVE. APENAS VEGETA-SE.
Aqui no sitio, eu sempre tive lenha a contento. Minha esposa aproveitava o fogo do fogão, para assar o milho verde na braza; e ainda, na chapa do fogão ela assava a polenta e o bijú de polvilho preparado com torresmo; tudo isso para reforçar o café da manhã.
Não gosto nem de alembrar dessas iguarias; pois, me da água na boca. Engana-se aquele que acha que é só Deus quem mata; digo o que sinto: a saudade mata também.
Tudo era uma delicia, fruto do trabalho de minha família no próprio sitio.

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